Após alguma inatividade causada pelas férias e programas mais interessantes que escrever num blog, volto à ativa. Farei um post duplo de minhas últimas experiências: O Estranho Casal e Clandestinos (coming next).
O Estranho Casal está em cartaz até dia 16 de agosto na sala Fernanda Montenegro, no Teatro Leblon. A sala comporta as peças de maior peso do Teatro (ainda que eu não entenda muito bem o porquê, pois as cadeiras são muito apertadas, desconfortáveis. E se você tiver mais de 1,70m dificilmente vai sequer conseguir cruzar as pernas). Lá foi palco de Beatles num Céu de Diamantes, o que acredito ter sido o maior musical já encenado nos últimos tempos (mais ainda que a Noviça Rebelde).
O Estranho Casal se utiliza de um texto famoso, do Neil Simon, tradução e adaptação do Gilberto Braga e o chamariz é o ator Carmo Dalla Vecchia, o protagonista de "A Favorita" (pra quem não lembra, ele fez o Zé Bob. E pra quem ainda não lembra, embaixo está a foto). Minha primeira torcida de nariz em relação ao espetáculo foi exatamente isso. A tendência de ser um novelão era gritante, e não me agradava a idéia de ter pago 40 reais - MEIA (a inteira é 80, às sextas) para ver isso.
O cenário foi um dos mais arrumadinhos e detalhados que já vi (ponto pra mim, remete à novela), a música de fundo lembra um pouco programa familiar da Sony (outro ponto pra mim), mas a surpresa ao longo da peça - proposital ou não - é o fato do Dalla Vecchia se transformar em coadjuvante e dar espaço ao Edson Fieschi assumir o front.
Eu explico: a história gira em torno de um divorciado (o Dalla Vecchia), que se reúne semanalmente com amigos para jogar pôquer. E eis que um belo dia um desses amigos (o Edson Fieschi) se separa e vai morar com ele. E aí começam as discussões, as discordâncias, as implicâncias. Óbvio que a insinuação a um casal gay é constante (daí o nome, duh), e é a partir disso que surgem as cenas engraçadas.
E realmente elas são muitas. O texto é bastante cuidadoso para não chocar a platéia (que é predominantemente de terceira idade), e as piadas funcionam, engrenam com facilidade e sem apelos. E como no total são 8 atores no espetáculo, há humor para todos os gostos.
De um todo, minha única crítica é em relação ao final da peça. Senti falta de uma definição melhor. Talvez um final mais feliz pra compensar o preço altíssimo que paguei (não é spoiler, juro!) Se fosse para enquadrá-la em uma categoria, eu a colocaria em "programa de família". Só prepare-se para sair tarde (se você não for adepto da vida noturna), a peça termina quase meia noite.